quarta-feira, 21 de março de 2012

Continue.


"Hush little baby, don't say a word,
And never mind that noise you heard
It's just the beast under your bed,
In your closet, in your head"

02:00:03 A.M.

Ela estava deitada em uma espécie de sofá, era sujo e cheirava mal, porém podia ser muito confortável para quem estava vivendo uma péssima noite. 
Ela demorou para perceber que não estava em seu sofá e sequer em sua casa, ela encontrava-se em uma casinha desarrumada e fedida, pegadas sujas de lama cobriam todo o chão, goteiras e lixo, sim, muito lixo.
Levantou-se, mas suas pernas pareceram ceder e ela estava prestes a cair, quando mãos fortes a seguraram e alguém sussurrou em seu ouvido:

"Calma, você está fraca, fique aqui, vou buscar comida."

Ela ouviu porém não podia conformar-se, como um cara que ela nem conhecia poderia querer mandar nela, ou melhor, obrigá-la a ficar naquela casa imunda?

"Quem é você? Onde eu estou? O que você quer comigo?"

Ele olhou-a. Suas pernas tremeram. Agora ela podia ver o quão bonito ele era, ele lançou-lhe um olhar que faria ela apaixonar-se por ele, porém aquele não era o melhor momento para pensar naquilo.

"Shhh... Eu vou responder todas essas perguntas, vou esclarecer tudo o que houve com você, mas agora fique aqui, quietinha... Eu já volto."

Saiu. Ela estava completamente sozinha e o silêncio daquele lugar seria assustador se não houvesse aquele rádio ligado tocando aleatoriamente uma das suas bandas favoritas, ela dirigiu-se até ele, segurando em tudo o que podia para não cair e machucar-se.
Ela surpreendeu-se com a quantia de discos antigos que ele possuía, itens de colecionador, diria ela. 
Andou mais um pouco, à procura de algo que pudesse esclarecer as coisas, mas seria difícil achar algo útil naquele lugar onde 90% era lixo e os outros 10% era mais lixo.
Para a sua sorte, em cima de uma cadeira encontrava-se um casaco preto... Espere, era o mesmo casaco daquele homem que havia colocado uma faca em sua garganta.
Seu coração acelerou. Ela pegou o casaco, aquela não era a melhor hora para dar uma de mulherzinha e ficar com medo.
Procurando nos bolsos daquele casaco encontrou muitas coisas, porém nenhuma delas tirava suas dúvidas.
Encontrou papéis de bala, papéis de metrô e algumas canetas, mas nada que pudesse ajudá-la a descobrir quem era aquele homem misterioso.

A porta abriu-se. Era ele. O sol bateu em seu delicado rosto. Seus olhos arderam. Algo beliscou-a. Suas pernas cederam. Lá ia ela outra vez...


08:05:35 A.M.

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